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Towards Home

A casa-família que se vai construindo.

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Madalena

16
Out09

A Madalena nasceu no dia 9 de Outubro de 2009, às 17:34, de cesariana, na maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra. Pesava 3480gr e media 50,5 com.

 

Uma semana depois:

  • é uma bebé calminha e bem disposta
  • reage à voz do pai e à da mãe
  • adormece a mamar
  • dorme 5 horas durante a noite, se ninguém a acordar
  • adora tomar banho na banheira shantala - é o spa dela
  • não acorda com os barulhos circundantes
  • assusta-se facilmente
  • balbucia sons imperceptíveis
  • dorme sozinha na alcofa, mas às vezes, de manhã, fica a preguiçar na cama dos pais
  • já levou 2 vacinas e fez o teste do pezinho sem reclamar muito
  • desespera com a fome e aí, sim, chora como uma desalmada
  • não gosta de mudar a fralda
  • ainda tem o cordão umbilical
  • acalma, ligeiramente, com o doodoo e com a mãe a cantar-lhe a Canção de Embalar do Zeca Afonso
  • não gosta que lhe agarrem as pernas
  • fixa o olhar em quem pegar nela
  • fez manicure (porque nasceu com umas unhas enormes)
  • teve diarreia (porque a desnaturada da mãe comeu feijão)
  • já saiu à rua e portou-se lindamente

Para já, é aquele tipo de bebé que toda a gente quer - come, dorme, suja fraldas.  Esperemos que continue assim simpática e linda.

 

 

O nascimento da Madalena

16
Out09

Olá,

 

Como já sabem, nasceu a minha filha, no dia 9 de Outubro. Para a posteridade e para quem tiver paciência de ler, vou tentar descrever todos os momentos desse dia.

Nas últimas semanas, acabei por não escrever muito, porque tive cá em casa a companhia de uma tia, que ficou a "vigiar-me" para o caso de acontecer qualquer coisa. Entretanto, fomos à última consulta, onde se verificou que estava tudo bem com a rapariga e comigo e combinar os últimos pormenores para o parto, que seria no dia 12.

Mas... a Madalena decidiu que ninguém marcava nada na vida dela e que ela é que iria nascer quando lhe apetecesse.

Assim, no dia 9, quando o pai se levantou, para ir trabalhar, eu decidi ir à casa-de-banho, quando, para minha surpresa, apareceu uma ligeira mancha de sangue. Depois de muito pensarmos, devido à falta de mais sintomas, lá decidimos ir até à maternidade por descargo de consciência.

Quando chegámos lá, fui vista por uma enfermeira que me mandou comer para depois fazer registo de CTG. Assim fiz e, após o registo, fui vista por um médico que achou que, devido à placenta prévia e ao adiantado da gravidez, não valia a pena esperar mais e disse para o pai ir buscar as malas ao carro. Ainda brinquei com os médicos e pedi para ir fazer a depilação e a manicure que tinha marcado para a tarde. Eles riram-se e disseram-me para fazer essas coisas para o pai, porque eles não precisavam e que eu tinha de ficar ali para receber a Madalena. Confesso que fui apanhada de surpresa, ainda liguei à minha GO, mas ela concordou que era melhor eu ficar. Nesta altura, estávamos os 2 meios aparvalhados sem perceber muito bem que já era nesse dia que íamos conhecer a Madalena.

O pai lá foi buscar as malas, enquanto eu aguardei para depois subirmos. Pediram-me para separar as coisas para a sala de partos e identificaram as malas que mais tarde foram ter ao meu quarto.

Fomos então para o 2º piso da maternidade, onde aguardaríamos por vez no bloco. O N. esteve sempre comigo. Estava a ser um dia agitado (soubemos depois que nasceram 18 bebés no mesmo dia). Deram-me a bata maravilha para vestir, tiraram-me sangue para análise e fizeram-me um restinho de depilação - que eu já andava a fazer a cera há tanto tempo para no fim acabar por ser com gilete :( . 

Esperei, então, deitadita numa cama e a passar fome e sede. Fui avisando por telemóvel que a bebé ia nascer e estava quase a adormecer, quando me sinto muito molhada. Pensei que seria sangue, mas afinal não era. Tinha rebentado a bolsa das águas, para minha grande surpresa, visto que não sentia mais nada. Pedi ao N. que avisasse a enfermeira, que chamou logo uma obstetra para me ver. Esta recusou-se a ver-me, devido à placenta prévia. A enfermeira fartou-se de mandar vir com ela e acabou por me ver ela e contactou com outros obstetras, confirmando que estava tudo bem e que podia aguardar mais um pouco, desde que não aparecesse sangue. Isto eram cerca das 2 da tarde. Ligaram-me ao CTG  para ir confirmando que estava tudo bem com a Madalena e comigo. No entretanto, comecei a sentir algumas contracções, mas sem grande dor. 

A anestesista veio falar comigo, apresentou-se e explicou-me quais os procedimentos por que ia passar. Disse-me que estávamos à espera do resultado das análises.

Pouco depois chama-me para ir para o bloco e põem-me numa maca com o carapuço na cabeça. Já estava tudo preparado, quando a anestesista volta e diz que o resultado de uma das análises vinha alterado e que, assim, não me dava epidural. Disse-me que, se eu quisesse esperar, faziam de novo  a análise, visto que era um valor facilmente alterável e, sendo que durante toda a gravidez eu tinha tido o resultado normal, o mais provável era que este resultado fosse falso. No entanto, deixou-me escolher e, se eu quisesse ir naquela hora, ela dava-me anestesia geral. Eu preferi esperar e fazer epidural.

Assim foi. A análise não demorou muito e pouco depois chamaram-me de novo.

Lá fui eu, numa cena  tipo filme, levaram-me por um corredor até ao bloco. Mesmo antes de entrar, deixaram-me despedir do N. 

No bloco, os médicos e enfermeiros foram muito simpáticos e estiveram sempre a meter conversa comigo, enquanto me explicavam tudo o que se passava. A anestesista demorou bastante a dar a epidural e mesmo assim não pegou bem. Quando começaram, eu estava a sentir alguma dor. Por isso, acabaram por me adormecer. Quando acordei, já a Madalena estava a chorar no quarto ao lado. Eu estava a dizer ao médico que ela vinha programada para não chorar e ele disse-me: "Pela amostra que eu estou a ouvir ali ao lado, acho que não vai ter grande sorte!" Só aí é que eu percebi que era o choro da minha filha. Ela chorou!! Estava viva e saudável! Logo a seguir, trouxeram-ma e eu chorei feito uma Madalena. Não consegui dizer nada... só vê-la. 

Levaram-na para o pai, acabaram de me tratar e, quando me vieram buscar ao bloco, deram-ma de novo e eu tornei a chorar. À saída, estava o pai à nossa espera e eu só conseguia pensar que tinha a bebé mais linda do mundo e que a minha família era um espectáculo.

A Madalena vinha cheia de fome e eu dei-lhe logo de mamar. E assim, ficámos os três, para sempre.

Só posso dizer estas coisas que são lugar-comum. Mas a verdade é que ter a nossa filha nos braços é a melhor sensação do mundo, é ter a certeza de que é impossível haver amor maior e que mais nada importa.

A partir desse momento, as preocupações todas que eu tinha desapareceram. O querer ter parto normal, o medo da cesariana, o querer vê-la nascer, o querer que o pai lá estivesse - tudo isso não se concretizou e não teve importância nenhuma perante a enormidade do olhar para a nossa filha.

Queria deixar aqui um agradecimento a todo o pessoal da Maternidade Bissaya Barreto que me acompanhou. Desde a entrada nas urgências, às dificuldades do pós-parto (que não foram pêra doce), aos problemas com a subida do leite, todos os que estiveram comigo - médicos, enfermeiros e auxiliares -  foram 5 estrelas. Muito pacientes, compreensivos e carinhosos. Eu que tinha algum medo por a maternidade já ser um pouco velha e por achar que o pessoal era meio antipático, acabei por ser surpreendida muito pela positiva. Tive tratamento de luxo. 

Hoje, ao olhar para a minha filha que dorme aqui ao meu lado, que nasceu depois de tanto sofrimento - de ter perdido 2 bebés e de ter passado por uma gravidez de risco sempre com o coração nas mãos -  sei que tudo valeu a pena e que estou maior e sou melhor pessoa.

Ao meu outro grande amor, agradeço a paciência, o carinho e a dedicação a mim e à nossa filha. A nossa família é linda e a harmonia do nosso amor está cada vez mais sólida e mais resistente. 

A quem me acompanhou neste blog até aqui, agradeço a companhia e a força que me deram e peço desculpa pela lamechice deste texto, mas este é um dos momentos na vida em que eu tenho de me render mesmo à lamechice.

 

 

Nasceu a Madalena

10
Out09

Olá,

 

hoje quem escreve é o pai da Madalena e não a mãe, como normalmente acontece. Isto porque "sua eminência infantil" decidiu nascer não no dia 12 de Outubro como estava planeado mas sim no passado dia 09 de Outubro.

A Madalena decidiu confirmar o seu lado obstinado e definir ela quando iria nascer. Eram 17:34 quando a nossa linda bebé de 3480g veio ao mundo de cesariana.

 

O dia começou com um pequeno sobressalto, quando a mãe, ao ir à casa de banho descobriu uma pequena quantidade de sangue. Apesar de estarmos avisados pela obstetra que nesta altura devíamos ter todos os cuidados e ir para a maternidade caso acontecesse algo deste género, por ser uma quantidade tão pequena ainda hesitámos. Ponderámos mesmo esperar mais umas horas antes de irmos para a maternidade. A grávida da casa tinha andado no dia anterior com uma dor muito ligeira ao fundo da barriga, tipo "moínha", mas de resto não havia outros sintomas.

Apesar de tudo, lá decidimos ir à maternidade para descarga de consciência.

Quando chegámos a enfermeira de serviço confirmou como acertada a nossa decisão, e uma vez que a grávida estava ainda em jejum, deu indicação para que ela tomasse o pequeno almoço para depois fazer o registo no CTG.

Assim fizémos e por volta das 11h o registo estava feito. Após alguns momentos de espera, lá foi chamada para a consulta médica e surpresa das surpresas, decidem que já não volta para casa. Um médico obstetra mais velho decidiu que dado o adiantado da gravidez e a complicação da placenta prévia, a Madalena iria nascer nesse mesmo dia.

Lá subimos então para o internamento com a sensação de que iria ser uma longa tarde, já que a cesariana, não sendo de urgência, iria ser feita no final de todas as outras.

Estvámso então na espera, quando de repente a bolsa das água se rompe. Com este novo sintoma, as enfermeiras decidiram colocar novamente o CTG, que começou a mostrar claramente a presença de contrações. Estas de início eram indolores, mas passado algum tempo começaram a ser acompanhadas de dor. Percebemos então que afinal a Madalena queria mesmo nascer naquele dia.

 

Com estas contrações mais fortes e o rompimento do saco, a cesariana foi antecipada e no espaço de 1h30 estávamos a entrar no bloco de partos.

 

Sobre as sensações que a M. sentiu durante este espaço de tempo em que decorreu a cesariana, muito ela terá a dizer. E acreditem que algumas coisas bem interessantes, mas deixo esse relato para que ela o faça na primeira pessoa.

 

Então, finalmente às 17:34 a Madalena nascia, com 3480g. Eu, quando peguei nela, ainda muito enrugada e atarantada com este novo mundo cheio de luz, parecia que estava a voar. Era uma sensação completamente nova e diferente. A minha filha estava ali, ao meu colo!!! O meu mundo, apesar de aparentemente igual mudou por completo.

 

Agora, tanto a mãe como a filha estão a recuperar desta aventura. Existe já tanto para se falar destes dois dias, que é melhor deixar os vários assuntos para posts posteriores. E é isso mesmo que vou fazer, para deixar a "escritora" da família retomar a sua actividade.