Detestar, odiar, abominar cor-de-rosa e ter uma filha bebé não é fácil!

E poupem-me os comentários sobre a beleza do cor-de-rosa, que eu estou farta de ouvir. Eu sei que há quem goste. Eu não! Pronto! Calhou assim.

E, já agora: não, a minha filha não é uma maria-rapaz só por não usar rosa. Veste saias, põe pulseiras, fios, etc., etc. Tem todas as pirosices a que uma menina tem direito. Só não usa nada cor-de-rosa.

E, para já, é uma bebé muito feliz.

Aos 16 meses, a Madalena está a ficar uma menina crescida.

Já anda muito bem, para a frente e para trás e já corre, mas não pula.

Sabe descer da cama e do sofá.

Sobe escadas a gatinhar (já há muito tempo)e, com ajuda, sobe a pé. Mas quer subir tudo de uma vez, não tem paciência para pôr os dois pés no mesmo degrau. Acho que, se as pernas fossem maiores, subia 2 degraus de uma vez! Haja impaciência.

É simpática e meiguinha, mas também faz birra e cara de má.

Lida mal com a frustração. Antes de tentar resolver um problema, chora sempre e pede ajuda.

Brinca sozinha, mas gosta muito mais de brincar com alguém. Quer que andemos sempre atrás dela a brincar às escondidas, ou a tentar agarrá-la.

Gosta muito de livros, sobretudo, se tiverem animais, mas não é capaz de ouvir uma história do início ao fim.

Anda na fase gira e cansativa de "Eu faço tudo sozinha" - penteio-me sozinha, visto-me sozinha, como sozinha, calço-me sozinha, etc., etc. Não sei se estão a ver que bom que é, quando temos de nos despachar.

Já vai falando, mas não muito.

Diz:

oia, oia, oia - Olha

pápá ou opapá - papá

mamã - mamã

nhamãe - minha mãe

teté - teté bêbê - bebé

ná - não há

na na na - não

Cá - para chamar alguém

Imita os animais - vaca, gato, cão, cobra, ovelha, abelha, gorila (bate com as mãos no peito), coelho e peixe (por gestos, claro). Imita também o índio (bate com a mão na boca)e faz o gesto para dizer que o camelo é ondulado. Faz a coreografia (mais ou menos bem) da música: doidas andam as galinhas.

Pelos vistos, na escola, além disto, ainda diz o nome dos coleguinhas, água, papa e mais algumas palavras. Eu nunca a ouvi dizer estas.

É simpática e fala com toda a gente, mas precisa de um tempo para se habituar a pessoas e espaços novos.

Gosta muito que lhe digam que fez bem, sobretudo se for para o pai ver.

É vaidosa - gosta de fios e pulseiras. Mas não gosta de nada no cabelo.

Come mais ou menos bem, mas continua elegante. Da última vez que foi pesada ainda não chegava aos 9.5Kg.

Dorme a noite toda e adormece sozinha (quer dizer, com o kiko Nico) no escuro, no quarto dela.

Já não mama desde os 13 meses. Bebe o biberão sozinha e põe-o de lado, quando não quer mais.

Está crescida e exigente e é muito, muito linda.

Kiko Nico

Quem tem animais sabe do que eu estou a falar - perdi um dos meus melhores amigos.

O Gijo saiu de casa no sábado de manhã para ir dar o seu passeio do costume e não voltou. Já procurámos, já abrimos as portas milhares de vezes com a esperança que ele esteja do outro lado, mas não está.

O Gijo foi embora.

Esteve connosco durante 7 anos e qualquer coisa. Viu-nos montar uma casa. Ajudou a destruí-la: arranhou os sofás, as cadeiras, as cortinas...

Correu e saltou por todo o lado.

Mudou de casa connosco, aprendeu a sair, a ter liberdade e a gozar um bom passeio.

Chegou a morar comigo em Lisboa, quando o N. não estava cá. Fez-me companhia, quando não havia mais ninguém.

Esteve tanto tempo de repouso quanto eu, na minha gravidez de risco.

Viu chegar a Madalena, deu-lhe o espaço dela e brincou com ela. Foi o primeiro ser que ela reconheceu pelo nome.

Lutaram pelos mesmos lugares e chatearam-se algumas vezes. Mas andavam sempre um atrás do outro.

O Gijo deixou um vazio muito, muito grande!