Carpe diem
A vida vai por arrasto.
Os dias sucedem-se com viagens, trabalho na escola, trabalho em casa, dormir e volta tudo ao mesmo. Não há tempo...
Nos fins de semana, é tudo igual, sem ter de ir à escola.
Quando acho que já fiz tudo, já são horas de dormir. E como eu preciso de dormir!
As aulas correm bem e o trabalho com os miúdos é compensador. Isso é bom.
Mas eu sempre quis ter tempo. Tempo para preguiçar, brincar, jogar, tempo para não fazer nada...
Nesta fase da minha vida, já não sei o que é isso há muito.
O tempo fugiu-me das mãos.
E tento curtir a minha filha. Pelo menos uma hora por dia. Nem sempre consigo. Às vezes, nem a vejo acordada.
E tento curtir o meu outro amor, que está mais longe que nunca. E não consigo.
E tento ter amigos, mas os que tinha estão tão longe.
E tenho saudades das conversas sem conteúdo com a minha mãe, com a minha avó, que está cada vez menos cá. Mas quase nunca estou com elas.
E os dias sucedem-se e a vida passa.